17.8.05

Em 1982 um amigo montanhista deu-me a conhecer, numa das nossas caminhadas em conjunto, este santuário da natureza selvagem.
Nessa altura andávamos sempre desejosos de encontrar locais sem vestígios de civilização, e este seguramente era um deles.
Um dos factos mais espantosos é que este local fica a menos de 40Km de Lisboa, e mesmo no pino do verão, hoje em dia, nunca está cheia de gente.
Há 20 e tal anos, ainda menos pessoas a frequentavam. Lembro-me de lá ter acampado com uns amigos, no único local possível para uma tenda, que é um patamar na falésia ao centro da praia, e práticamente não ver vivalma durante 2 ou 3 dias.
Como tinhamos a praia só para nós, pudemos desfrutar dela como Deus nos pôs no mundo (julgo que foi uma das minhas primeiras experiências naturistas).

Há uns anos falava-se dum projecto de requalificação da praia, com construção de infraestrutura hoteleira, de um elevador para a praia, etc, que me deixou muito preocupado.
Felizmente não ouvi mais falar disto.
Espero que deixem aquele local como está, livre da pressão urbanística (pode ser que o habitual vento que se faz sentir afaste as más ideias)

Três factos que mantém esta praia fora dos circuitos habituais:

1 - O acesso não é fácil. A "picada" que leva da estrada ao topo da falésia desanima, e a descida da falésia ainda mais. (desanima os que, ao contrário de mim, não têm o gosto por estas coisas)

2 - A praia nem sempre o é ... De ano para ano pode sofrer mutações impressionantes.
Há anos em que só há pedras, que fazem uma enorme sinfonia a rolar ao sabor do vaivém das ondas (e, ás vezes, que ondas ....).
Há outros anos, como o actual, 2005, que está uma praia de areia espectacular.

3 - O clima é frequentemente agreste, e o mar também ...

Este é um local excelente para nos sentirmos de corpo e alma em comunhão com a natureza.

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